segunda-feira, 29 de setembro de 2008

LAGOA SERENA


Foto: google imagens
Sentada nos degraus de uma casa da vila velha em Bocaiúva. Estava ali com minhas pernas cansadas, o corpo molhado de suor, um calor agonizante.
O vento soprar, e um papel conduzido por ele para em minhas mãos. Uma letra meio apagada, mais consegui entender o que estava escrito: “Quem ler estas palavras encontrará o seu amor que é o encontra a riqueza; Meu amor me encontrarás no por do sol, na escuridão da noite, na lagoa serena dos teus sonhos”.
Fiquei ali pensando, O meu amor, quem será o meu amor? O pensamento estava a mil por hora, sentada ali no degrau de madeira. Nos pés chinelo preto com tiras de pano, vestida com uma calça comprida velha de uso - assim parecia, uma camiseta colorida de remendos e uma mochila vermelha de tecido de lona nas costas, meus cabelos lisos nos ombros queimados do sol.
Olhando as crianças brincando na rua, as horas iam se passando, quando percebo o tempo, já é noite, tão sozinha, sem destino, aquela não era minha cidade, as pessoas aqui são felizes mesmo morando em uma favela pobre, sorriam e em seus olhos tem o brilho da esperança.
Uma pequena lembrança veio à mente, eu podia voar, mas como? Cadê as minhas asas, imaginei, pensei... e repensei, consegui lembra as minhas asas tinha sido arrancada por uma bruxa má e ela mandou as asas para a lagoa serena do pôr-do-sol e da escuridão, o meu amor estava lá e a riqueza também. Mas como chegar lá? Eu estava perdida a cinco anos, com pouca memória do passado. Meus olhos estavam pesados e ali nos degraus adormeci.
Nos sonhos, viajei por alguns pesadelos, tantos obstáculos a vencer, o último não foi fácil, era uma ponte de espinhos, tinha que atravessá-la sem que um espinho me espetasse, se algum deles me fizesse derma uma gota de sangue, ficaria pressa em meus próprios sonhos, dormindo pelo resto da minha vida. Faltavam cinco minutos para o dia amanhasse, tinha que cruza o outro lado da ponte, começava a contagem: 5 4 3 se aproxima a derrota ou a vitória 2 atravessei 1 dei um pulo e o dia amanheceu em Lagoa Serena. Eu venci, encontrei o meu amor, as minhas asas voltaram para mim e a minha riqueza era um cavalo branco-dourado que se chamava felicidade.
A Lagoa Serena é um paraíso, aonde não existe guerra nem violência, nem fome, lá o mal não existe.
Existe o bem, o amor, a paz e a felicidade.


Por Luciane Moraes

Antes e depois da chuva


Foto: olhares.com
Caí, caí!
Pingo de chuva,
Sob os meus cabelos;
Risca o céu,
Como um palito de fósforo
Clareia, clareia
São os relâmpagos;
Estronda!
Vem lá de cima
O trovão;
Vento, vento!
Que balança
Os galhos secos,
As flores,
As folhas verdes;
Abraçadinhos
Bem juntinhos
Um casal de namorados;
As nuvens cinza
Cercaram o céu
Aproximaram da terra
Abriram as torneiras;
Molhado ficou o chão,
Cheio está o riacho,
Feliz a cantar está o pássaro
E os bichinhos do mato saem da toca.
Hum!
Que tempinho bom!


Luciane Moraes

O pintor e a poetisa


Foto: google imagens

Meia noite
A lua cheia
No centro do céu
Dois amores
O pintor e a poeta
Trocam segredos
Encostados
Numa mangueira
Ao lado
Uma casa cercada
De madeira
Do lado esquerdo
A rua
Os carros
Parados no sinal
Um banco
Uma praça.
Os noivos conversam
Sobre a percepção
Das cores
Das luzes
Das estrelas
Do amor;
Olhos de mago
Olhos de fada
O tigre
A águia
Signos de fogo
Amantes da noite
Prenhes de amor
Seus olhos refletem
A natureza do belo
Oh! Deus
O sofista
Dos amores proibidos
Guardai-os

Luciane Moraes
Debaixo das tuas asas.

Luciane Morais

A lei não tem juízo


Foto: olhares.com

Prenderam o velho
No beco do juízo
Roubou uma galinha
Não tem dinheiro
Pra pagar um bom advogado
Seu deputado
Foi pego com a boca na botija
No beco da lei
Meu tio pobre lascado!
é mais um
Vitima do sistema.
E o seu deputado
A mesma rotina
Dinheiro na mão
E prato cheio...


Luciane Moraes


Infância


Foto: google imagens
Jovem guarda
Minha infância
Pai e mãe.
Radio ligado
Na mesa do corredor.
Casinha azul
No campo.
É de manhã
O galo canta
O sábia toma banho no riacho;
Desabrochar as pétalas a 9h.
Vai busca água na cacimba
E volta com um balde na cabeça
Sobe no trapiche, da cozinha e coloca-o no jirau.
Matou uma galinha
Será o almoço.
O gado colhe o capim;
Grito no galinheiro
Há um novo ovo.
O chefe da família
Volta da pescaria,
Traz bodô de praia
E duas melancias
Alegria das crianças
No terreiro a brincar de esconde-esconde.

Luciane Moraes

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Amor sem correspondência


Foto: olhares.com

10hs e 15 minutos, eu sinto o calor do sol mesmo embaixo do ventilador, teto envernizado, espaço quadrangulado, 35 cadeiras 30 pessoas distribuídas nelas, ao fundo há conversas, um quadro, letras feita a pincel, gesto a frente, voz alta, estou ouvindo, mas meus olhos estão voltados para a janela de vidro.
Quem é aquele? Cabelos enrolados abaixo da orelha, não vejo os olhos, pelos óculos que esconde, passos rápidos, blusa branca, calça azul de tecktel.
Aí! Senti uma coisa!
Todas as manhãs meus olhos atento a janela, e eles passam pelo vidro e fica no corredor á espera dele passar. E passa como estrela cadente e não olha para os lados, pois é ali onde estou.
Quarta-feira, 11hs e 30 minutos da manhã, uma fila num espaço retangulado cheio de cadeiras e mesas branca, ao fundo panelões de comida: arroz, feijão, carne-moída. Eca! O mesmo cardápio. Três pessoas a minha frente, depois é ele, ouço a voz, uma simpática que alegra o coração. Há um vozerio, pressas - estômagos aflito, ao lado esquerdo, um mural vermelho: vende-se; seminário; e um telefone público. Logo após uma porta, dentro uma mesa de sinuca, outra porta ao lado esta fechada, após, um botequito: perfumes, chocolates, chicletes. A direita, um lanche, um corredor que segue, plantas árvore, eu pouco notei, meus olhos estão nele, sonho acordada: “ pega-me pelo braço, aperta meu corpo e beija-me longo....”
Nossa! Gelei, me dói aqui dentro, como poço te-lo?
Em uma cadeira estou, de costas pra mim está ele......
Olha cortou o cabelo, não gostei, mesmo assim não consegui para de olhar: “É isso aí! (...). Eu não sei de parar de te olhar; Não vou parar de te olhar; Eu não me canso de te olhar. (ANA Carolina, É isso aí)”, sem que o perceba estou a miraló. Parece que foi ontem, faz cinco meses, ainda faz parte de mim mesmo sem me corresponder; uma mochila laranja e preta, olhar por cima, estou embaixo.
Isso me dói! Corre uma lágrima, como poço te-lo?
Hoje estava indo do meu bloco até o bloco á frente, caminhando pelo capim verde, ouço o canto do grilo, acima está a lua prateada, 3 araras pequenas passeiam pelo céu é 5horas e 40 minutos da tarde. O que será que está á fazer ele nesta hora. Um açaizeiro solteiro 300m uma mangueira.
Pensa-ló, isso me dói! Aqueles olhos pequenos, mãos suaves, delicadas. Eu sei como se chama, perdão meu caro leitor não o revelarei, mas o deixarei pistas como: a nona letra do alfabeto e a última sendo a terceira.
O sol pode iluminar;
A lua brilhar a noite;
O vento passar;
O cheiro da mata sentir;
Pelos pés tocar a terra;
Água molhando o corpo;
O pássaro cantando sua melodia lá do alto da árvore, suas folhas caíram, flores amarelas em seus galhos. Completo seria, com o toque da pele, poderia chegar perto, abraça-o forte, sentindo o pulsar do seu coração.
Isso me dói! É apenas querer.
O mundo para, lá a luz dos meus olhos focam o movimento do seu corpo, deslizando como uma imagem virtual.
Eu não sei como terminar esse conto, caro leitor, ele não me corresponde, já mandei recado, sem sinal nem que sim ou o não, me deixa duvidas.
Isso me dói!
Em abril, 2007 pela manhã, não lembro o dia, estava ali onde a turba se encontra pra espera o automóvel público, todos pagam ninguém é dono, vem vindo “UFAC”, naquele empurra, empurra, estou de pé ao seu lado, sinto o perfume do corpo ainda refrescando o banho tomado a uma hora antes. Falasse com os amigos, tem sotaque regional, futebol, viagem, logo depois uma reclamação, dói o braço pelo jeito que dormiu ontem.
Hoje é 01 de Julho do Ano de 2007, gostaria de frisar bem está data, pois ao termino deste conto talvez não terei resposta.

Por Luciane Moraes

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Gato

Foto: google imagens
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Um gato atravessou a rua;
tava escuro;
mas a luz do carro o fez enxergar;
o outro lado da rua;
em disparada;
chegou ao lado mais sombrio

Luciane Moraes

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Geografia


Foto: google imagens


Geografia minha!
Menina dos meus olhos!
Eu vou contigo;
Levas-me;
Pela ladeira;
Sobe e desce;
Desce e sobe;
Pelas ruas;
Não tem asfalto;
Tem buraco;
Pela mata virgem
Mata virgem!
Que mata?
Só há capoeira;
E olhe lá!
Fumaça no céu.


Luciane Moraes

Mãos

Foto: google imagens


Mãos que se tocam,
Entrelaçam-se,
Uma na outra,
Aperta, aperta,
Estão seguras,
Um abraço...


Luciane Moraes

Lembranças

Foto: google imagens


Lembranças
Eu não vou dormir,
Estou com medo do bicho-papão;
Minha mãe dizia:
- menina, não traquina, se não o bicho-papão vem e come;
Cresci com medo do bicho-papão,
Ele era horroroso,
Não tinha olhos,
Todo escuro;
Tomar banho 6hs!
Nem pensar,
Ia mãe-d’água;
Minha mãe dizia:
- não ficas na cacimba 6hs,
Olha a mãe-d’água;
Ela tinha oito anos,
Cabelo cumprido,
Pele clara,
Branca como a nuvem;
A acauã está cantando,
Um canto atrás do outro;
Minha mãe dizia:
- coloca pimenta-do-reino no fogo,
Que ela para de cantar;
Não é um bom canto,
Adivinha morte;
Eu não vou dormi;
A mãe da lua está soprando;
Estou com medo.



Luciane Moraes

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ela















Foto: olhares.com


Lá! Está ela
Teto de madeira
Brilha o verniz
Assim como a mesa
Sentada em uma cadeira
Ouve o grito
Da cigarra
As folhas brilhão
Pelos raios do sol
Vento balança
Os fracos galhos
Escuta um vozerio
Ela está só
Unhas pintadas
De vermelho
Pernas cruzadas
Usa calça jeans
De marca
Blusa branca
Com alguns estrase
Pensa no tempo
Que se tem hoje
Amanhã será corrido
Ler teorias
Pará
Folhas secas
Caídas ao chão
É inverno amazônico
Olha a porta a frente
Trancafiada;
Ao lado
Um banheiro feminino
Um bebedouro
Outro banheiro
Pertencente ao sexo oposto
Parede de tijolo
Um vaso de lixo
Uma sala
Um cartaz
Sente-se cansada
Seus olhos
Vêem o belo,
A pintura, a poesia
Um lápis preto
A mão escreve
Relógio no braço
Pulseira no outro
Cabelos escuros encaracolados
Chão vermelho quadriculados
São 4 h da tarde
O sol está se pondo
Amplia o espaço
Olhando pra janela de vidro
Organiza os papeis
Pega a mochila
E vai...
Luciane Moraes

Marielze











Foto: google imagens


Todas as noites,
Desce o morro
Pra ver as estrelas,
Sua mãe adverte:
- Marielze, Marielze!
Esconda atrás do sofá;
As estrelas não pedem passagem;
Meu primo perdeu a mão,
Por causa de uma estrela,
Não é a estrela do céu,
E sim a do inferno,
Sangra, sangra;
Derrama e mistura-se
A lama que a chuva deixou
Depois de alguns minutos

Luciane moraes

Pedro

Foto: Luciane Morais




Cores claras; ventilador no teto; luzes pequenas; um vaso e uma orquídea; um toque a mais; cheiro bom. Sofá vermelho sem almofadas próximo a janela que está aberta. Pedro subiu e estar ali olhando a Lua.
Sua mãe o chama:
- Pedro! Vem jantar
- Daqui a pouco, mãe.
- Pedrinho! Meu filho, o que olhas tanto todas as noites nessa janela?
- Mãe, eu estou enamorado.
- Han!
Meu pequeno tem os pelos escuros é meigo e educado. Ama pintura, com suas patinhas treina todas as tardes. Ano passado mandei construir uma pequena biblioteca, pois quando viajo adoro encontrar um sebo literário, faço a festa comprando livros só pra deixar meu Pedrinho com aquela alegria. Ele passa horas no seu quarto em cima da mesa quadrada envernizada de madeira especial; tolha branca com bordados que fiz do rosto de Pedro. E lá na mesa deixo os livros que ele deseja ler na semana.
Pedro está apaixonado, todas as noites conversa com sua amada, ele na terra e ela no céu. Ontem Pedro desenhou-a e mandou sua mãe (Clarice) colocar o desenho em um quadro e pendurar na parede de seu quarto.
- Mãe! O que faço pra sonhar com a luz que clareia a noite e ilumina os meus olhos?
- vamos dormir
- só se você me contar uma história.
Quarto de Pedro pintando de branco e azul, chão com tábuas de perola lustrada, na janela uma cortina bege com folhas verdes desenhadas; uma pequena estante; TV; quadros; flores artificias e verdadeiras flores como orquídea, cactus, lírio-da-paz, flor de maio e filodentro. Cama de solteiro com lençol de seda; uma cômoda pequena com suas roupinhas perfumas e engomadas; três ursos de pelúcia junto aos travesseiros; brinquedos dentro do sexto; uma porta de vidro que dar aceso a um pequeno escritório, onde fica a biblioteca de Pedro e a mesa com - livros, pinceis, tintas, papéis, telas,etc.
- “Era uma vez Dandam Tico-Tico e Mariazinha, duas formiguinhas que sempre tiravam o primeiro pedaço do bolo da tia Analita.
Esta brigava com eles e dizia que eram impacientes, não sabiam esperar a vez. Depois que todos comessem e que eles podiam fazer a festa.
Tia Analita chamava Mariazinha de preguiçosa, porque não aprendia a fazer um bolo.
Um dia tia Analita resolve compartilhar a receita de bolo de milho com mariazinha.
Dandam Tico-Tico e Mariazinha eram super companheiros, estavam sempre juntos, se conheceram no casamento da princesa Diana e o príncipe Charles. Como os dois eram aventureiros viajavam pelo mundo, conheceram o fundo do mar dentro de um submarino, foram ao espaço na 13ª viagem espacial à ISS. Hoje os dois residem no nosso Brasil “terra de Vera Cruz”.
Ah! Mariazinha resolveu fazer o bolo toda atrapalhada o que conseguiu foi se sujar toda e ainda queimar o bolo. Ela pediu ajuda pro seu amigão (Dandam Tico-Tico), juntos conseguiram fazer o bolo de milho, fofinho e delicioso como o da tia Analita.
E nunca mas perturbaram tia Analita, pois Mariazinha e Dandam Tico-Tico aprenderam a fazer outros tipos de bolo como - de cenoura, macaxeira, laranja e de chocolate.”
- Ai! Isso me deu fome, mãe.
- oh! Rapazinho, você acabou de jantar.
- brincadeirinha!
-deixa eu dar um beijinho na sua bochecha.
- spach!
-Boa noite! Meu pequeno
-Buenas! Mamãe.

Pedro hoje no café da manhã dialogando com sua mãe, diz que gostaria de fazer uma viagem até a Lua.
- mãe, quero ser um astronauta.
- é a Lua?
- sim, pois se ela não vem até a mim vou até ela.
Pedro foi deixado em 1998, recém nascido na porta da casa de Clarice, esta o adotou e o tem como filho.
Clarice coloca em uma tijelinha leite e cereal e Pedrinho come com aquela alegria de menino.


Luciane Moraes