terça-feira, 8 de março de 2011

A terra é de Deus
















Seu moço há dez anos que moro aqui,
nasci nesta terra, tudo construí.
E de sol a sol trabalhei sem parar
e agora você quer me expulsar.

Seu moço eu sou um pequeno operário.
você é um grande latifundiário.
Seu moço eu preciso viver
e sem terra sei que vou morrer
E junto comigo toda a plantação,
também meus filhos iram perecer.

A terra é Deus, a terra é de meus irmãos
Amantes da terra, filhos deste chão.
Eu amo esta terra e não abro mão.

Andei nas estradas, com a faca e a enxada,
cortando seringa, trabalho pesado.
Nas horas de folga, embora cansado,
eu aproveitei e broquei o roçado.

A mulher buchuda também me ajudou
limpou nosso sitio, fez a plantação,
tudo que aqui está construído
foi com muita luta e dedicação.

Seu moço se tu de mim não tiver pena,
vou às consequências,
mas quero este chão”.

(música: poetas das CEBs. Fonte: PARÓQUIA SANTA INÊS, 1988, apud SILVA, 2003, p.164)


Meus amigos! Estou participando pela primeira vez de uma postagem coletiva, proposta pela amiga Beatriz do blog “
JUBIART”, com o tema: Amazônia e seus povos.
Resolvi abordar o assunto – dos povos amazônicos no final da década de 1960 e inicio da década de 1970, a questão da terra, especificamente no Acre.
Inicialmente, os conflitos pela terra, aconteceram com os índios, aqui no Acre. A partir do século XIX com a vinda dos soldados da borracha e os coronéis ao Acre. Para trabalharem com látex, houve quase um extermínio total dos índios, pois, muitos foram mortos. Para a construção de seringais.

Já a partir da década de 1970, com o avanço do chamado “desenvolvimento agropecuário ao Acre”. Muitos seringueiros foram expulsos de sua morada, porque não tinham título oficial de posse da sua terra. Os fazendeiros usurpavam terras que já tinham donos, pagavam uma miséria de indenização (sim, muito pouco dinheiro ao seringueiro em troca de suas terras); caso houvesse resistência do seringueiro em vender, então, usavam da violência para expulsar antigos donos (constituídos de seringueiros e pequenos agricultores). Aí, o pobre do posseiro era obrigado a sair de suas terras e migrar para a cidade, morar nas áreas periféricas, sem expectativa de vida.

Todavia, os seringueiros se uniram em busca de lutar pelas suas terras, e contra as queimadas da floresta para construção de campos de pastagem. Formam sindicato que pelejam pela floresta em pé, pois, está é fruto de sustentação alimentar para o seringueiro. Um conflito de luta pela terra travada com os fazendeiros de gado. Nesse estágio vários seringalistas são mortos, exemplo: o ex-líder seringueiro Chico Mendes. E outras lideranças como: Wilson Pinheiro.

Em suma, a questão de distribuição de terras na Amazônia (no Brasil como um todo) é problemática, há grande concentração de terras em mãos de poucos. E a tal “reforma agrária” é um sonho de muitos sem-terra.

Dica: Há um blog muito interessante que aborda essas questões de terra no Brasil. E outros assuntos relacionados a Geografia do Trabalho. Se você tiver interesse no assunto, visite o blog - "CEGeT".

Por Luciane Moraes
e-mail: olharacreano@gmail.com


Bibliográfia: SILVA, Silvio Simione da. Na fronteira Agropecuária acreana. Rio Branco: [s.n], 2003.




FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!

7 comentários:

  1. eu tb estou nessa blogagem! e seu tema foi EXCELENTE! a luta do povo, que tem direito à terra... que luta contra essa desigualdade social tão grande que há.

    uma maravilha de post, Lu. vc caprichou
    bom dia!
    e feliz dia da mulher

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  2. Ficou linda tua participação com essa abordagem.Adorei!

    Parabéns ao JUBIART e um beijo prlo nosso dia!chica

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  3. Oi Bella Lú!

    Estamos em sintonia fina, falo um pouco lá sobre a questão da borracha e terras (são tantas diversidades e especificidades de problemática na Amazônia, que fiquei tonta...)falei muito da minha visão sobre um pouco de tudo...

    A história do Acre, foi talvez umas das mais violentas neste período.

    Grata por enriquecer a coletiva com informações importantíssimas.

    Ah! Sexta-feira seu Selo Especial vai estar na Jubiart...

    Beijos e carinhos.

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  4. Yo soy de la opinión de que la tierra debe de ser de quien la trabaja, es decir de los trabajadores.
    Por fortuna el papel de la mujer cada vez es más relevante en nuestra sociedad, aunque aún queda un largo camino por recorrer. Me sumo al homenaje y reivindicación de la mujer en el día de hoy. Un abrazo

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  5. Un tema muy importante y por ende problemático:
    "La distribución de la tierra.
    Y por ende de la riqueza."

    Me parece importante que se pueda construir un sistema que permita un verdadero equilibrio entre la riqueza del terrateniente y de aquél que la hace posible con su esfuerzo.
    No me gustan los extremos y nunca serán solución.

    Se debería apuntar a terminar con los grandes latifundios permitiendo el acceso a ellas de muchos de los que los las trabajan.

    Un abrazo, Amiga

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  6. Yes, you are right. Give the people all the land.

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  7. Luciene

    Maravilhosa participação e a abordagem sobre o direito a terra foi muito bem colocada.

    O selo do Dia da MUlher coma rosa e seu poema ficou lindo.! Fiquei apaixonada! Posso levar para postar na Casa dos Presentes da M@myrene?

    Beijos e bom fim de semana

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