Do beco,
a droga,
a prostituição.
Um canto rapper diz:
Eu não sou ladrão
Sou pobre, sou honesto.
Moro na periferia,
trabalho na construção –
para o sustento da família
Se nos pegam na rua:
chamam de negro e traficante.
Não sou do mal!
Vivo minha vida dignamente.
Em uma loja de luxo,
olhares estranhos e atentos.
Não é porque tu pisas num chão diferente do meu,
que tu sejas melhor do que eu.
Também tenho direito –
de olhar as vitrines, como freguês.
Viajar em sonhos.
Para um mundo, sem orgulho burguês.
Nesse mundo perverso, cheio de injustiças.
Alguns se encaminham para o mundo do crime.
Pensam, que a droga é a solução.
Irmão! É uma verdadeira ilusão.
Cantamos, um canto.
Do dia-a-dia, da vivência ferida.
Com rapper e samba na veia.
Sobrevivo nesse labirinto de teia.
Sou filho de Deus.
Quero um mundo justo, de riquezas compartilhada.
Trabalho com salário digno.
Moradia, saúde, educação.
É! Vamos viver uma canção.
(Luciane Moraes)