Minha existência é VOCÊ

PaZ, a photo by olharacreano on Flickr.

Disseram-me que o mundo não é real
É apenas representação de minha mente
E eu só existo a partir do “outro”
Esse “outro” é você
Sim! Eu só existo porque você existe MEU AMOR

By Luciane Moraes

Um banco de praça solitário

Suave vento
Bate ... Bate
no banco da praça
que está só,
a pensar
No que será?
Uma noite sem lua
O banco envolvido
de folhas secas,
ao chão
Estar a pensar
No que será?

Por Luciane MoraesE-mail: olharacreano@gmail.com

Esfomeado

Entre cacos e lixos
Urubus
Moscas
esgotos
e a fome
Osso e pele
grito – “socorro!”
nesse pedaço
de África excludente
Como imagem de Google
me olham
num exótico
retrato de parede
As lágrimas secaram,
água escassa
Meu velho morreu de AIDS
Sem escolha, sou um rato de laboratório
Destruíram nossas riquezas
Colonizaram nossas terras
Prostituíram nossas mulheres
Já não me vejo -
as carnes estão apodrecer
de fome
Não há leite
na teta de minha mãe
Há sangue e sofrimento
dessa perversa civilização


Por Luciane Moraes
E-mail: olharacreano@gmail.com

Do mato – A cidade

Botecos
Botequins
Caipirinha
Eu me embriagava
nas águas de cana
Tudo por causa dela:
A deusa dos cafezais
A deusa dos canaviais
A deusa do lar
Suas mãos sujas,
comidas pelo trabalho
O suor a escorrer
no teu rosto
Sem marido -
cuida dos filhos
Nessa cidade -
sem pão;
sem colchão
Eu, menino
Pião
Ajudante de pedreiro
Seringueiro
enamorava as tuas mãos molhadas,
quando as lavavas
naquele chafariz,
no centro da cidade
***
Me doía
Deusa, me doía
Aquele vagabundo
que te batia
No abri a porta -
a lágrima caía
E tu choravas,
em teu quarto,
negro e pálido
***
Rapazinho, já
Não sei quem é meu pai!
Sou filho de muitos homens
Sou filho da prostituta dos seringais
Talvez,
meu pai
seja um homem descorado
Acabado! Pelo leite da seringa
Pés cansados,
embrenhando aqueles varadouros,
pelo não sem FIM
Pode ser –
que meu pai
seja,
O caboquinho
Ou aquele esbugalhado olho
do Mapinguari
tenha gerado-me
Nessas matas
de cobras
Nessa terra
Molhada,
grávida
de lendas
Fantasma de homem!
na solidão
Desse pedaço
de chão
O “Inferno Verde”
de Rangel
“Paraíso perdido”
de Euclides
Dos navegantes
Dos coronéis
Dos homens
vingados
pelo Judas-Ahsverus
Pobre! Dos meus antepassados
não poderão escolher:
O campo
ou a cidade.

Por Luciane Morais
E-mail: olharacreano@gmail.com

Sou pobre, mas não sou ladrão

Do beco,
a droga,
a prostituição.
Um canto rapper diz:
Eu não sou ladrão

Sou pobre, sou honesto.
Moro na periferia,
trabalho na construção –
para o sustento da família

Se nos pegam na rua:
chamam de negro e traficante.
Não sou do mal!
Vivo minha vida dignamente.

Em uma loja de luxo,
olhares estranhos e atentos.
Não é porque tu pisas num chão diferente do meu,
que tu sejas melhor do que eu.


Também tenho direito –
de olhar as vitrines, como freguês.
Viajar em sonhos.
Para um mundo, sem orgulho burguês.

Nesse mundo perverso, cheio de injustiças.
Alguns se encaminham para o mundo do crime.
Pensam, que a droga é a solução.
Irmão! É uma verdadeira ilusão.

Cantamos, um canto.
Do dia-a-dia, da vivência ferida.
Com rapper e samba na veia.
Sobrevivo nesse labirinto de teia.

Sou filho de Deus.
Quero um mundo justo, de riquezas compartilhada.
Trabalho com salário digno.
Moradia, saúde, educação.
É! Vamos viver uma canção.

(Luciane Moraes)

Vôo da pipa

Sonhos vêm
fantasiados, as tuas cores
Deslizando no céu.
Ao sopro do vento
e o brilho do sol de verão.

Menino a correr,
sob o morro,
atravessa o campo.
Gotas de suor
Palmas de alegria.

Em galhos de árvore
entre fios elétricos,
lá está as tuas marcas,
De um vôo interrompido.
Ao doce deleite,
dos sorrisos amarelos.

Mais uma tarde
a espera do abençoado dia.
O prazer em teus olhos,
contemplando o vôo da pipa
Entre nuvens e poeira.

Luciane Moraes
Um excelente final de semana pra vocês - meus LINDOS amigos***TUDO DE BOM***

Folhas ausente

Me nego a sair daqui.
Fui eu que criei este mundo.
Vê-se me entende,
que já não sou eu, sem você aqui.

Um abraço, uma lágrima.
Se me amas, porque tem que ir?
Não compreendo seus gestos,
muito menos aceitarei, a sua despedida.

Não te obrigarei, não me olhes assim.
Só peço que reflitas, tua decisão.
Um ano, dois, é mais que isso.
É uma cronologia de tempos, não serão esquecidos.

Que fizeram contigo? Enfeitiçaram teus ouvidos.
És tão bela, perfeita pra mim.
Amor demais, que faço –
sem teus olhos por perto.

Não me diga esta palavra – “adeus”
Os galhos estão secos, sem folhas –
falta o chão, sumiu o riso.
Escondido numa cabana –
abrirei as portas, depois que o inverno passar.


Luciane Moraes

Ocarina

Do sopro
ela abriu os olhos.
Laço azul de fita,
no cabelo.
Vestido velho,
amarelado.
Afeto!
Presente de aniversário
do pai -
aos quinze anos.
Todos querem:
que ela case
com o moço
mais bonito,
da praça.
Ocarina sabe -
que precisa tecer
alguns versos.
Um lenço branco,
na mão,
procura seu par:
Pelos olhos;
Pelo sorriso;
Pelo som dos pássaros.
Ocarina
Irá conquistá-lo.


Luciane Moraes

Desastre

Como chove!

Quanta chuva!

Meu barraco

a correnteza

levou,

em meio a lama.

Oh! Meu Deus.

Obrigada! Pela vida.

Ajuda-me a reconstruir,

o que perdi.

Dá-me forças,

pra lutar.

E um novo barraco

levantar,

em um novo lugar.

Luciane Moraes

Foto: Blog - Impactos ambientais

Olá! Amados amigos!

Que triste o que vem acontecendo no RJ e SP.

Sabemos, que tudo isso é falta de planejamento; organização; prevenção - serviços de monitoriamento, planos de alerta.

Que Deus possa confortar as pessoas vítimas desse desastre.

E que haja muita solidariedade!

E que os governantes achem as soluções e resolvam, invistam em melhorias. Que mudem realmente, para que não mais vejamos essa triste tragédia causada por chuvas.

Vamos respeitar a natureza! Protegendo as margens do rio! ...

Lá vem o meu amor

Um barquinho
a navegar.
Sobre as águas
transparentes
do lago,
dos meus pensamentos.

Ele traz você.
Sob o balançar
das ondas.
Uma viagem.
Passam os dias:
a ver o pôr-do-sol
e as noites de luar.

Um lugar.
Uma paisagem:
Jardim em flor;
águas entre pedras;
borboletas a voar.
Caminhando entre
os girassóis,
de longe
eu vi você.
Vem correndo de braços abertos.
Vou ao encontro:
beijos e abraços.
Estou feliz!
Estou ao teu lado.



Luciane Moraes


















Foto 1 e 2: google imagens


Olá meus amados amigos!

Minha primeira postagem de 2011, que tal começar com um poema de amor. Para quem já tem um amor, ame mais (preste mais atenção na pessoa amada, os detalhes, os gestos - você verá quanta qualidade, e como é especial a pessoa que você ama). Para quem ainda não tem um amor, meus desejos é que encontre "um grande amor". Um amor que o ame do jeito que você é. Seja um lindo amor - carinhoso(a), amigo(a), companheiro (a). Que o respeite e o ame MUITO. E o melhor, que seja um AMOR pra vida toda.

A que saudade

Foto: blogdopaulinho.blogspot.com

Ao som da viola

eu volto pra minha terra

e curto o baião

*

A que saudade

da família

dos amigos

e da roda de viola

sob o clarão do luar

*

Pai e mãe

estou a trabalho nesta cidade

Nas férias

estarei de volta

pra minha terra natal

*

Meu lugar querido

Aquele abraço

lágrimas já estão nos olhos

só de pensar

na vida

no cheiro da mata

dessa terra caipira

me esperem

estou chegando

Lu*Moraes

Coandu

Foto: SECTMA

Coandu

te vi

pensei

que seria

flechada

por teus espinhos

Coandu

se sente

ameaçado

lança

seus espinhos

ai, daquele

Coandu

estiver

por perto

Coandu

quantos espinhos

tu te escondes

Coandu

Lu*Moraes

***Salve a floresta!

***Salve os animais!

Japiim

Japiim
do canto alegre
Quão arte é teu ninho

Já é tarde
o sol estar se pondo
Daqui eu ouço
o teu canto
Japiim....Japiim
Quero te ver amanhã
Na hora que a neblina
está indo
para a vinda do sol

O fotográfo
registra
o festejo
do Japiim
nos galhos
de uma árvore



Lu*Moraes

Foto: Octavio Campos
Fonte: Olhares.com

Ninho

Ninho

de galhos

de barro

de folhas

ninho de pássaro

está no céu

está na terra

O arquiteto

arqueou as asas

à procurar

materiais

confecção artesanal

constroí

peça

por

peça

o

ninho

Lu* Moraes

Foto: Marcelo

Fonte: Olhares.com

Uirapuru

Teu canto

me faz lembrar

uma dor

de um amor

que foi embora

dois anos

depois

voltou

o amor

veio

e deixou

recordações

saiu

e nunca

mais

voltou

Um novo

amor

surgiu

e

ficou

Lu* Moraes

Foto: google imagens

Monstro!

De onde vem
tanta fumaça?
Não consigo viver
Onde o homem
deixou sua inteligência?

Porque de tanto fogo na floresta?
Não consigo viver
onde o homem
deixou seu bom senso?

De onde vem
essas cinzas?
Trazidas pelo vento
Não consigo viver
Onde o homem
deixou seu caratér?

Porque tantos animais presos
engaiolados?
Não consigo viver
Onde o homem
deixou sua sabedoria?

De onde vem
tanta poluição?
Não consigo viver
Onde o homem
deixou sua vida?

O porque
de tantas guerras, violência?
O homem
deixou
de
ser
homem!


Lu*Moraes

Adeus

Molhado de chuva
eu estava ali
à esperar
o sol aparecer
Eu vi você
com aqueles olhos
molhado de chuvaque aproximaram
com um beijo de adeus
Quando o sol apareceumeus olhos de lágrimaparecia que a chuva
ainda estava ali

Lu*Moraes

Foto: google.imagens

Flor de jambo

 

 

 

 

 

Muitas flores

caída ao chão 

Uma poesia  do solo 

Uma pintura na terra

 Uma foto 

Capim e flores rosas 

O vento irradia a beleza 

Um poeta retrata a flor de Jambo nos galhos 

e os segundosdo plano de vôo 

até aterrisar entre muitase outras muitasflores de Jambo




Luciane Moraes

Foto 1: Marcelo dos S. Silva
Foto 2: olhares.com

Partido político

Qual é o teu partido?
Não tenho partido!
Estou com a verdade
Mas, qual verdade
Está em mim
ou está em te
De que lado está a verdade?
De que verdade falas?
A verdade da honestidade,
ou a verdade da justiça
Qual o merecedor do teu voto?
Aquele que te prometeu algo,
ou aquele que nada te prometeu?
Porque partidos se queimam pelo dinheiro,
ou pela falta do dinheiro?
Quais são os planos do teu candidato?
São possíveis de realização,
ou são mera ilusão?



Luciane Moraes

Bela foto

....a beleza infinita...

....o prazer.....

...da floresta sobre águas...

...o barco a deslizar...

...sobre as águas do rio...

...........Eros.......................

Foto: Angela peres

Fonte: Portal do Acre